Disponível nos quiosques nacionais está o número especial da revista francesa “Lire” dedicado ao escritor “maldito” Céline. São cem páginas, a cores e sem publicidade, com vários conteúdos inéditos, para melhor conhecermos este mestre das letras francesas.
Em 2008, a “Lire” dedicou um número especial a Céline que foi um sucesso e rapidamente esgotou. Perante este êxito e as recentes polémicas que envolveram o escritor francês, decidiu agora fazer uma nova edição “enriquecida”, com vários conteúdos inéditos.
A abrir, um artigo de opinião reflecte sobre a ironia de ter sido durante o mandato de Sarkozy, um apaixonado pela obra de Céline, que este escritor foi banido das celebrações oficiais, pela mão do ministro da Cultura, Frédéric Mitterand. Como afirmou o actual presidente francês, “podemos gostar de Céline sem sermos anti-semitas, como podemos gostar de Proust sem sermos homossexuais”, mas nem assim se impediu a censura...
De seguida, há a destacar a entrevista com François Gibault, autor de uma enorme biografia sobre o escritor francês, a publicação do capítulo das Memórias do Coronel SS Hermann Bickler sobre o seu amigo Céline, o artigo onde se questiona se não devia republicar os chamados panfletos anti-semitas, quando hoje estão facilmente acessíveis através da Internet, e a versão integral da entrevista feita por Madeleine Chapsal, em 1957, cuja publicação no “L’Express” causou polémica na altura. Nos vários conteúdos inéditos, há a destacar a obra de Céline mais cara do mundo, um exemplar de “Morte a Crédito” ilustrado por Gen Paul, com a reprodução de vários guaches, e uma carta inédita de Céline a Gen Paul. Por fim, temos três páginas com uma selecção de livros de e sobre Céline.
Para os incomodados do costume, recorde-se o que escreve François Busnel no editorial, parafraseando Gallimard quando decidiu colocar Céline na Pléiade: “Fico contente com todos aqueles que isto vai chatear...”
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