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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Contra a vontade física como ponto de referência absoluto

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"O mito heróico de base individualista, voluntarista e de «super-homens» na época moderna representa um desvio perigosíssimo. Em virtude deste mito, o indivíduo, «cortando-se todas as possibilidades de desenvolvimento extra-indidivual e extra-humano, assume — por uma diabólica construção — o princípio da sua pequena vontade física como ponto de referência absoluto, e ataca o fantasma exterior opondo-se-lhe com a exacerbação do fantasma do seu Eu. Não deixa de ser irónico o facto de, perante esta demência contagiante, alguém que se apercebe do jogo destes pobres homens mais ou menos heróicos pensar novamente no conselhos de Confúcio de que todo o homem razoável tem o dever de conservar a vida com vista ao desenvolvimento das únicas possibilidades que tornam o homem verdadeiramente digno de ser chamado como tal». Mas a verdade é que o homem moderno tem necessidade, como se se tratasse de uma espécie de estupefaciente, dessas formas degradadas ou profanadas de acção: precisa delas para encontrar em sensações exasperadas o sucedâneo de um verdadeiro significado da vida. Uma das características da «idade obscura» ocidental é uma espécie de agitação tetânica que ultrapassa todos os limites, que arrasta de febre em febre e desperta cada vez mais novas fontes de embriaguez e de atordoamento."

Julius Evola
in "Revolta Contra o Mundo Moderno", Publicações Dom Quixote (1989).

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Permanecer para criar

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«Apenas conta, hoje, o trabalho daqueles que se sabem manter no cume: firmes nos princípios; inacessíveis a todo o compromisso; indiferentes perante as febres, as convulsões, as superstições e as prostituições, ao ritmo das quais dançam as últimas gerações. Apenas conta a resistência silenciosa de um pequeno número, cuja presença impassível de “convivas de pedra” permita criar novas relações, novas distâncias, novos valores, para criar um pólo que, não impedindo, é certo, este mundo de desenraizados e agitados de ser o que é, permitirá, todavia, transmitir a alguns a sensação da verdade, sensação essa que será talvez também o despoletar de alguma crise libertadora.»

Julius Evola

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Trabalho

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"Mas é no plano da ética que o processo de degradação é particularmente visível. Enquanto a primeira época se caracterizava pelo ideal da «virilidade espiritual», pela iniciação e pela ética da superação do vínculo humano; enquanto na época dos guerreiros ainda se fundavam no ideal do heroísmo, da vitória e do senhorio, na ética aristocrática da honra, da fidelidade e da cavalaria, na época dos mercadores o ideal torna-se a economia pura, o lucro, a prosperity e a ciência como instrumento de um progresso técnico-industrial ao serviço da produção e de novos lucros na «sociedade de consumo» — até que o advento dos servos eleva ao nível de uma religião o princípio do escravo: o trabalho. E o ódio do escravo vai até ao ponto de proclamar sadicamente: «Quem não trabalha não come», e a sua idiotice glorificando-se a si própria, fabrica incensos sagrados com as exalações do suor humano: «O trabalho eleva o homem», «A religião do trabalho», «O trabalho como dever social e ético», «O humanismo do trabalho»."

Julius Evola
in "Revolta Contra o Mundo Moderno", Publicações Dom Quixote.

terça-feira, 29 de março de 2011

A escravatura dos novos tempos

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"O que se deve antes salientar é que se houve alguma vez uma civilização de escravos em grande escala, foi exactamente a civilização moderna. Nenhuma civilização tradicional viu alguma vez massas tão numerosas serem condenadas a um trabalho obscuro, sem alma, automatizado, a uma escravatura que nem sequer tem como contrapartida a elevada estatura e a realidade tangível das figuras de senhores e de dominadores, mas que é imposta de maneira aparentemente inofensiva pela tirania do factor económico e pelas estruturas absurdas de uma sociedade mais ou menos colectivizada. E como a visão moderna da vida, no seu materialismo, retirou ao indivíduo todas as possibilidades de conferir ao seu próprio destino um elemento de transfiguração, de ver nele um sinal e um símbolo, assim a escravidão de hoje em dia é a mais tenebrosa e a mais desesperada de todas as que foram alguma vez conhecidas."

Julius Evola
in "Revolta contra o Mundo Moderno", Publicações Dom Quixote.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Conservador revolucionário

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"Para o verdadeiro conservador revolucionário o que importa realmente é ser-se fiel não às formas e às instituições passadas, mas antes aos princípios de que tais formas e instituições foram expressões particulares, inseridas num período de tempo específico e numa determinada área geográfica."

Julius Evola
in "Los Hombres y las Ruinas", Ediciones Heracles.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Europa una

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"A unidade europeia seria sempre precária apoiando-se sobre algo como um parlamento internacional privado de uma autoridade única e superior, com representações de diferentes regimes políticos de tipo democrático, regimes que, por serem constantemente condicionados por baixo, não podem de alguma maneira assegurar uma continuidade de vontade e de direcção política. Num regime democrático a soberania do Estado é efémera, uma nação não apresenta uma verdadeira unidade, e é pelo mero número monopolizado, hoje por um partido, amanhã por outro, com as suas manobras no sistema absurdo de sufrágio universal, que a vontade política é condicionada de forma quotidiana, faltando pois os caracteres de um todo orgânico. (...) Com a democracia por um lado, e por outro um parlamento europeu que reproduzisse em grande o espectáculo desolador e pavoroso apresentado pelos actuais parlamentos democráticos europeus: tudo isto cobriria de ridículo a ideia de uma Europa una."

Julius Evola
in "Los Hombres y las Ruinas", Ediciones Heracles.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Reacção ou Revolução

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"Naturalmente, o termo “reacção” tem em si mesmo um certo tom negativo: quem reage não tem a iniciativa da acção: reage-se, de forma defensiva, perante algo que já se afirmou de facto. É necessário pois precisar que não se trata de deter os avanços do adversário sem dispor de algo positivo. O equívoco poderia ser eliminado associando a fórmula de “reacção” à de uma “revolução conservadora”, na qual é posto em relevo o elemento dinâmico, deixando de significar “revolução” a subversão violenta contra uma ordem legítima, mas uma acção projectada para pôr fim a uma desordem ocorrida, remetendo a uma situação de normalidade. De Maistre destacou que aquilo que se trata, mais que uma “contra-revolução” no sentido estrito, é o “o contrário de uma revolução”, ou seja uma acção positiva que se remete às origens. É estranho o destino das palavras, “revolução” na sua etimologia original latina não queria dizer algo distinto; derivado de re-volvere, o termo expressava um movimento que remete ao ponto de partida, à origem. Portanto, justamente das origens se deveria obter a força “revolucionária” e renovadora, para actuar contra a situação existente."


Julius Evola
in "Los Hombres y las Ruinas", Ediciones Heracles.
 
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