quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Promessas de crédito sem fim

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"Na crise que estamos a atravessar actualmente, essas pessoas não se terão dado necessariamente melhor do que os seus contemporâneos menos escrupulosos ou com inclinações menos proféticas. Como outros, terão sido tentadas pela bolha da bolsa; terão sido tentadas pelos brancos e emprestadores de dinheiro com as suas promessas de crédito sem fim e a sua determinação de esconder o respectivo custo a longo prazo. Terão reconhecido, na economia global, oportunidades de assunção de riscos que podiam justificar-se com base na informação disponível. Por outro lado, terão sabido uma coisa que o mundo estava a lutar por não ter em consideração, que é que quando as pessoas estão a ser tentadas em toda a parte a endividar-se, haverá uma relutância crescente em pagar que acabará por se estender a todo o mundo, que a honestidade será vista cada vez mais como uma fraqueza, e que acabará por surgir o hábito de liquidar uma dívida contraindo outra. Num certo momento será retirado o fundamento da confiança e a estrutura construída sobre ele ficará desfeita em pó."

Roger Scruton
in "As Vantagens do Pessimismo e o Perigo da Falsa Esperança", Quetzal Editores, 2011.

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