sábado, 29 de janeiro de 2011

Um, ninguém e cem mil

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Um, ninguém e cem mil
Luigi Pirandello
Cavalo de Ferro
168 Páginas

A revelação inesperada de que o seu nariz, ligeiramente torto, pende para o lado direito, leva Vitangelo Moscarda, pai de família e banqueiro influente, apelidado carinhosamente pela mulher de Gengè, aos limites da obsessão. A banal constatação da sua pequena imperfeição física provocará em Gengè comportamentos cada vez mais estranhos para os que o rodeiam, levando-o progressivamente à loucura e à quase bancarrota financeira.

Humoristico e profundamente irónico, «Um, ninguém e cem mil», foi o último romance publicado por Luigi Pirandello, Nobel da Literatura, e é considerado pela crítica como um dos pontos mais altos de toda a sua obra, onde o autor resume e aprofunda todo o seu universo, que marcou de forma original a literatura do sec.XX.

«Original, comovente e intrigante. Numa palavra: genial! Este romance maravilhoso, é uma viagem mental delirante de Vitangelo Moscarda, em busca do “estrangeiro” que há em si...» Publishers Weekly.

Encomendar através de: Cavalo de Ferro, Bertrand, Wook, Fnac.

1 comentário:

  1. Luigi Pirandello (1867-1936) nasceu em Girgenti, na Sicília. Estudou Filologia em Roma e em Bona.
    Autor de uma obra vasta, Pirandello escreveu diversos romances, contos e novelas que foram compilados sob o título de "Novelle per un anno" (15 vols., 1922-37). Dos seus seis romances, os mais conhecidos são "Il fu Mattia Pascal" (1904), "I vecchi e i giovani" (1913), "Si gira" (1916), e "Uno, nessuno e centomila" (1926). Escreveu um vasto número de dramas que foram publicados, entre 1918 e 1935 e compilados em "Maschere nude " («Máscara nua»). Este título é programático. Pirandello concentra-se no problema da identidade. O eu existe para Pirandello apenas em relação aos outros; consiste na mudança de facetas que escondem um abismo inescrutável. Numa peça como "Cosí é (se vi pare)" (1918), duas pessoas detêm percepções contraditórias sobre uma terceira pessoa. A protagonista de "Vestire gli ignudi" (1923) tenta firmar a sua identidade ao assumir diversas identidades; gradualmente apercebe-se da sua verdadeira posição na ordem social e no fim morre «nua», sem máscara social, aos seus próprios olhos e dos amigos. Similarmente em "Enrico IV" (1922) um homem supostamente louco imagina que é um imperador medieval, e a sua imaginação e a realidade são estranhamente confusas. O conflito entre ilusão e realidade é central em "La vita che ti diedi" (1924). A análise e dissolução de um eu unificado é levado ao extremo em "Sei personaggi in cerca d'autore" (1921) onde o próprio palco, o símbolo da aparência versus realidade, é o centro da peça. As suas personagens procuram completar o seu eu procurando papéis e são derrotados pela própria vida que, sempre em mudança, permite que se apercebam da sua perversidade. Este é o humor de Pirandello, uma ironia que brota das contradições inerentes à vida.
    A sua obra influenciou autores como Jean-Paul Sartre, Samuel Beckett, Eugène Ionesco, Jean Genet ou Eugene O'Neill.
    Luigi Pirandello recebeu o prémio Nobel da literatura em 1934. Faleceu a 10 de Dezembro de 1936.

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