quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Escolhemos estar no campo dos malditos

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"No plano do compromisso, escolhemos a lucidez e as consequências que dela decorrem. Nomeadamente, que as convicções nunca devem ser sacrificadas aos interesses conjunturais, sempre ilusórios. De facto, isto significa que recusamos qualquer compromisso, qualquer oportunismo, baseado no pretexto de que o nosso corpo ideológico nos impede toda a perspectiva de «sucesso». Qual «sucesso»? Aquele que consiste, vendendo a alma por um prato de lentilhas, em ser tolerado, admitido pela gente que controla o poder, todos os poderes, e que exigem dobrar a espinha aos dogmas do politicamente correcto para escapar à diabolização? Um pouco por toda a parte, na Europa, gente tida como pertencente ao nosso campo compromete-se num caminho sem retorno, no caminho da renegação. Fazendo vassalagem ao cosmopolitismo, ao poder do dinheiro. Convertendo-se ao emburguesamento que os leva a trair os compromissos e as lutas de juventude. Não é preciso ser «extremista», certamente, para obter um lugar (trampolim...) no circo democrático. Lamentável degradação, que não inspira mais do que desprezo. O que não impedirá os renegados de continuarem tão ou mais párias que aqueles que fazem cintilar um certificado de respeitabilidade, aparentemente capaz de abrir as portas de promissoras carreiras.
Nós não temos ilusões: estamos e escolhemos estar no campo dos malditos. Para sempre. E estamos por gosto, já que é o único sítio no qual podemos cruzar-nos com homens e mulheres dignos de estima."

Pierre Vial

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