terça-feira, 1 de março de 2011

Progresso e Democracia

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"Naturalmente, quando nos encontramos perante uma ideia como a de igualdade ou de progresso, ou doutros dogmas laicos que a quase totalidade dos nossos contemporâneos aceita cegamente, noções que, na sua maior parte, começaram a ser formuladas no decurso do século XVIII, não é possível admitir que essas ideias tenham nascido espontaneamente.
Tratava-se, em suma, de verdadeiras sugestões, no sentido mais estrito da palavra, sugestões que, a prazo, não puderam agir senão num meio preparado para as receber; não criaram, no seu conjunto, um estado de alma que caracteriza a época moderna, mas contribuíram largamente para a alimentar e desenvolver; até um certo ponto, que sem dúvida, não teria podido ser atingido sem elas...
Se tais sugestões desaparecessem, a mentalidade geral rapidamente mudaria de orientação; é por isso que são escrupulosamente mantidas por todos aqueles que têm algum interesse em conservar a desordem, senão em agravá-la, e é também a razão pela qual, numa época em que se pretende submeter tudo á discussão, estas ideias são, desde há muito, as únicas que não é permitido discutir e só são abordadas a partir de pontos de vista parciais e conformistas."

René Guénon
in Hierarquia e Democracia, Hugin, 2001.

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