sexta-feira, 29 de abril de 2011
«Uma Comunidade sem alma e sem força»
«A Comunidade Europeia que nos preparam os partidos colocados no seu lugar pelos Aliados em 1945 reproduzirá todas as taras dos regimes de sufrágio. Será portanto uma Europa democrática, isto é, uma Europa dos políticos, enfeudada aos trusts e aos monopólios, alimentada com mitos e confusões elaborados em 1945, incapaz de se defender contras as infiltrações e a subversão (...), venal e desonesta porque estará fundada no mecanismo eleitoral, impotente contra a invasão estrangeira, vestida de ideologias antiquadas como o antifascismo, imprópria por todas estas razões para proteger e, ainda menos, manifestar a sua independência, tão inviável como era a Polónia do século XVII, e exposta aos mesmos perigos.
Além disso “avançada”, isto é, frouxa, hipnotizada pelos estoira-vergas que se proclamam mais avançados que ela, sem defesa contra os terroristas e os separatistas, espantados com a ideia de ser aquilo que convém ser quando se quer ter, em política, uma força. Por todas estas razões, a Comunidade europeia democrática conduz em si própria todas as causas de malogro e decadência, não conseguirá, pois, remediar as necessidades mais urgentes, organizar um exército que seja suficiente para tornar perigosa uma empresa contra o seu território e dotar-se de uma legislação que proteja eficazmente os seus interesses económicos.
Podemos, pois, estar seguros de que a “Comunidade” dos regimes sem alma e sem força será, ela própria, uma Comunidade sem alma e sem força. A Comunidade europeia democrática não produzirá qualquer milagre: não pode ser senão a das fraquezas dos Estados democráticos que a compõem.»
Maurice Bardèche
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