quinta-feira, 7 de abril de 2011
Uma utopia
"Na verdade, o indivíduo — no sentido absoluto que os profetas revolucionários lhe deram — não existe. Pertence, sempre, a uma família, a uma profissão, a uma divisão do território — a um grupo natural ou social. Uma sociedade sem órgãos sociais é inconcebível. Ora, organizar uma sociedade é distribuir, dentro dela, as várias funções, os vários deveres, as várias tarefas. É, portanto, — hierarquizar.
O indivíduo — acentuamos de novo — socialmente, só existe como elemento daqueles órgãos de que a Sociedade se compõe. No seio do seu grupo, ao qual está ligado pelo sangue (família), pela formação técnica (profissão), pela naturalidade (região) — o indivíduo poderá viver, progredir, valorizar-se. Fora do grupo, é apenas um factor de desordem, uma figura inútil — uma ficção lamentável.
Logo, a Democracia, baseando-se no falso conceito do indivíduo-isolado — é uma utopia."
João Ameal
in «Integralismo Lusitano — Estudos Portugueses», 1932.
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