"É preciso dizê-lo... fosse eu membro de uma Célula, de uma Sinagoga, de
uma Loja, de um Partido, de uma Confissão, de uma Polícia... não
importa qual!... saísse eu dos plissados de uma qualquer «Cortina de
ferro»... e tudo se arranjava! seguro! duro! puro!... de um Circo!...
qual? pouco importa!... assim fazem pela vidinha os Maurois, Mauriac,
Thorez, Tartre, Claudel!... e demais companhia!... o abade Pierre... o
Schweitzer... o Barnum!... sem idade e sem vergonha! o Nobel, as
Grã-Cruzes, no papo! Mesmo com a pernoca a fugir-lhes para a cova, a
desfazerem-se, incontinentes, «honorários», «Figuras de Proa dos
Partidos»! Juanovicistas! está bem!... tudo está bem quando acaba bem!
tudo é permitido, desde que palhaço reconhecido e de cartão em dia!
certamente que está de panelinha aí com um Circo!... não? infortúnio! ai
não temos Cúpula que o abrigue? ai não? para o cepo, que o machado não
tarda..."
Louis-Ferdinand Céline
in «De Castelo em Castelo», Publicações Dom Quixote, 1992.
Louis-Ferdinand Céline
in «De Castelo em Castelo», Publicações Dom Quixote, 1992.
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