segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Brava Lusitânia
"Foi uma guerra como aquela geração jamais conhecera. Fiel à sua táctica, Bruto atacava e saqueava as cidades, destruía o que delas restava. Na verdade, destruía tudo ou quase tudo o que encontrava. Não que a sua marcha de conquista fosse fácil, bem pelo contrário. Cumpriram-se as palavras de Nábia: os povos pegaram em armas; guerreiros, velhos, mulheres e crianças deixavam-se retalhar nos campos de batalha. As mulheres que não escapavam matavam-se, mas antes degolavam os filhos, para que não vivessem como escravos. Os vencidos que não eram mortos ou não se suicidavam fugiam para os montes levando o pouco que conseguiam transportar.
Uma a uma, as cidades caíram, trinta cidades ao todo. A última foi Cinginnia — que os Companheiros de Bandua, retidos em combate junto ao rio Vacua, não puderam auxiliar. Bruto ofereceu aos habitantes a paz em troca de tributo; responderam-lhe que os seus antepassados tinham deixado ferro para defender a cidade, e não ouro para a vender a um general avaro. E Cinginnia foi tomada."
João Aguiar
in "Uma Deusa na Bruma", Asa Editores.
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Sobre a figura do líder lusitano sugerimos uma leitura atenda do artigo de Júlio Mendes Rodrigo, intitulado "Viriato: o mito heróico revisitado" publicado no primeiro número da revista Finis Mundi.
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