É um livro implacável que desmonta, tecnicamente, ponto por ponto, o Acordo Ortográfico, concluindo que se trata de “uma reforma ortográfica inexplicável”. Para António Emiliano, esta reforma, “por atentar contra a estabilidade do ensino, a valorização da língua e a integridade do seu uso, valores que a Constituição consagra e protege, (...) não serve o interesse de Portugal e deve, em consequência, ser impugnada e rejeitada.”
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
O Fim da Ortografia
É um livro implacável que desmonta, tecnicamente, ponto por ponto, o Acordo Ortográfico, concluindo que se trata de “uma reforma ortográfica inexplicável”. Para António Emiliano, esta reforma, “por atentar contra a estabilidade do ensino, a valorização da língua e a integridade do seu uso, valores que a Constituição consagra e protege, (...) não serve o interesse de Portugal e deve, em consequência, ser impugnada e rejeitada.”
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Professor Antônio Emiliano: o senhor fez o que eu gostaria de ter feito. Embora tenha sido excelente aluna no Curso de Graduação em Letras na Universidade Santa Úrsula, com 38 notas dez e 28 notas nove no final, não tenho dúvida da minha incompetência para um trabalho desse porte. Na primeira investida, porém, de Huaiss contra a língua (um dos símbolos da pátria), eu, que estava com um humor cortante, fiz uma carta ao então Cônsul de Portugal no Rio de Janeiro indignada com a audácia de dois políticos importantes, um, o Primeiro-Ministro de Portugal, e o outro, talvez, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, que cumprimentaram um ao outro "por essa vitória POLÍTICA". (Lido em jornal, provavelmente "O Globo", a julgar pela época.) E foi o nojo dessa frase que me fez atacar sarcasticamente essa pretensão de mudança. Eu soube que essa história não tinha acabado quando, depois de algum tempo, o governo de Brasília estabeleceu uma data final para a adoção dessas mudanças BEM ANTES QUE TODOS OS OUTROS PAÍSES de Língua Portuguesa tivessem assinado. Há coisas muito esquisitas nesse "acordo" e a primeira coisa a notar é que, se alguma das partes não assina, ele é nulo. Outra e outra: o Português de certos países é absolutamente diferente do nosso, do de Angola, do de Portugal, e só não são outra língua porque têm a mesma estrutura sintática; e os pequenos países sem nenhuma hegemonia mundial também não têm dinheiro sobrando para pagar o que a mudança exige. Países pobres que possivelmente não terão bibliotecas, muito menos editoras. Ou leitores. Conversando com um amigo outro dia, saiu-me um insight: o Português é uma língua complexa e rica; o pensamento racional se inicia com o que se verbaliza; quanto mais refinada a língua, mais refinado é o raciocínio, mais sutis as percepções. O Brasil é riquíssimo em bens naturais; alguém duvida de que a "vitória política" não significa "vamos nocautear esses brasileiros"? Uma cópia dessa carta está nos arquivos da "Folha de São Paulo"; a outra, claro, se ainda existe, na casa do Cônsul no RJ, em Botafogo, que não deve ser o mesmo.
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