segunda-feira, 14 de março de 2022

Uma nota sobre a invasão russa da Ucrânia

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1. Putin está a ser honesto quando diz que o objectivo da invasão é a desnazificação e a desmilitarização.

2. A Ucrânia não tem absolutamente nada a ganhar com a invasão. E o Ocidente (o nosso Ocidente) nada tem a ganhar.

3. A Rússia não é uma alternativa ao paradigma ideológico antifascista pós-Segunda Guerra Mundial.

4. O argumento dos “oligarcas judeus” é irrelevante. A Rússia também tem oligarcas judeus e Putin não vai acabar com o sistema oligárquico na Ucrânia. A presença de figuras de elite judaicas na Ucrânia não invalida o nacionalismo ucraniano, da mesma forma que não invalida o nacionalismo noutros países com elites judaicas.

5. A Ucrânia sempre teve governos disfuncionais e corruptos. Zelensky calhou ser o Presidente quando o país foi invadido – ninguém está a lutar pelo seu governo. Os ucranianos estão a lutar pelo simples motivo de o seu país ter sido invadido por uma potência estrangeira. É o que as pessoas normais fazem.

6. Aqueles que dizem que os ucranianos não deviam defender o seu país contra uma invasão estrangeira é um niilista e não merece ser levado a sério. Isto não é um jogo de vídeo.

7. O establishment ocidental neoliberal nada tem a perder com esta guerra. A NATO tornou-se dez vezes mais relevante por causa do ataque russo à Ucrânia. A Suécia e a Finlândia apressam-se para se tornarem membros. Há três semanas podia dizer-se que a NATO era uma entidade obsoleta. Já ninguém diz isso. O establishment ocidental liberal é a parte que mais ganhou com este ataque – enquanto a Ucrânia foi a que mais perdeu.


@guidetokulchur


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